Texto arte Paulinha

Conheça o trabalho realizado nas oficinas de Mangá, Caricatura, Desenho e Pintura

No momento, estamos passando por esse período de quarentena, a arte e a cultura tem papel essencial. Pois proporcionam prazer através de atividades saudáveis. Isso nos auxilia fisicamente, socialmente e emocionalmente.

 Por Prof. Ana Paula de Oliveira Corrêa

A oficina não consiste somente no aprendizado e na aplicação de diversas técnicas das Artes Visuais. Mas possibilita ao aluno refletir sobre sua importância na sociedade, sua identidade artística, além da conscientização e valorização da Arte. Isso faz com que o aluno possa refletir sobre sua identidade, como individuo pensante e atuante da sociedade. Individuo esse que pode interferir, interagir, comunicar-se com o mundo através de novas linguagens. E a arte nos proporciona esse leque gigantesco de opções.

Uma infinita Investigação conceitual e plástica caminhando de mãos dadas.

“Sou uma eterna aprendiz”

Meu desafio como professora é transferir a arte em forma de linguagem. Pesquiso novas linguagens, novos materiais, novas possibilidades. Além disso, insiro tecnologias e ferramentas que fazem parte da rotina e realidade dos alunos. Exemplo transformar um estudo de movimentos (desenho) em uma animação. Digitalizar um desenho feito em aula. Fotografar seu entorno. Tudo isso com o próprio celular. Utilização de materiais alternativos inusitados como: pintura com café, beterraba entre outros. Estudos e experimentações que desenvolvo há anos transformados em metodologias de aula.

Arte é linguagem, portanto através dela podemos nos expressar, comunicar, refletir, provocar, poetizar, problematizar e buscar soluções. Seja de forma bem humorada ou crítica. Podemos exprimir nossos sentimentos colocá-los para fora sejam eles bons ou ruins.

No momento, estamos passando por esse período de quarentena, a arte e a cultura tem papel essencial. Pois proporcionam prazer através de atividades saudáveis. Isso nos auxilia fisicamente, socialmente e emocionalmente.

“Mente sã… Corpo são.”

Pretendo manter meus alunos próximos, mesmo à distância. Estamos sempre em contato, sempre conectados. A Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri nos proporcionou a “Cultura no Cotidiano” através de vídeo aulas aplico atividades, exercícios e dicas arte. Dessa forma posso acompanhá-los durante o processo. Deixo também desafios semanais, que instigam ainda mais o gosto pelo fazer (colocar em prática tudo o que aprenderam), estimula à criatividade, melhora a autoestima, entre outros. Recebo vários áudios carinhosos, vídeos e centenas de fotos de tudo que estão produzindo semanalmente. Eu publico todos os desenhos e atividades nas redes sociais e  envio para o projeto Arte e Cultura todo esse material.Os alunos sempre me surpreendem com sua criatividade e dedicação.

Objetivos Principais:

  • – Promover o desenvolvimento pessoal do aluno_ Isso faz com que o aluno possa refletir sobre sua Identidade, como individuo pensante e atuante da sociedade. Individuo esse que pode interferir, interagir e comunicar-se com o mundo através de novas linguagens;
  • – Contribuir para a formação da identidade cultural; (Primeiramente o aluno deve conhecer a si mesmo, conhecer seu entorno, dessa forma a identidade artística será consequência desse autoconhecimento e percepção e então fluirá naturalmente)
  • – Aperfeiçoar os conhecimentos estéticos dos alunos;

– Incentivar o interesse dos alunos e familiares pela arte.

  • Criar formas artísticas por meio de poéticas pessoais.

Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações da arte – em suas múltiplas linguagens – utilizadas por diferentes grupos sociais e étnicos_ Historia da arte, gêneros, obras e artistas_ Conhecê-los  e apreciá-los.

Todas as idades, ideias e todos os ideais

É muito importante conhecer o aluno e entender o que ele busca através da oficina. Atendo alunos de todas as idades, alunos que buscam arte por diversos motivos: Existem aqueles que buscam diversão, outros buscam arte como forma de terapia, outros querem transforma-la em profissão. A mesma aula, aplicada com a mesma metodologia terá impactos e resultados diferentes em cada aluno. E eu tenho plena consciência da minha responsabilidade, por isso levo meu trabalho tão a sério.

Arte é Educação e Diversão: A Arte é fundamental para o desenvolvimento de toda criança_ auxilia na coordenação, concentração, criatividade, melhora o raciocínio, desempenho escolar, autoestima, entre outros benefícios.

Arte é Terapia (maior procura entre adolescentes, jovens e idosos): Auxilia pessoas com quadros de depressão, ansiedade, transtornos ou portadores de deficiência física ou mental _Importância de se expressar sentimentos reprimidos transformando-os em inspiração.

Pequeno resumo do conteúdo e resultados das aulas que foram ao ar:

Vídeo aula de Fleep Book: Exercício de criatividade, estudo do movimento, de forma lúdica. Ótimos resultados alguns alunos fizeram pequenas animações a partir da ideia da atividade;

Vídeo Aula_ Pintura com café: Utilizar materiais alternativos inusitados, estimular a criatividade, mostrar que não é necessário ter o material mais sofisticado para se fazer uma obra de arte. Ótimos resultados, os alunos me surpreenderam coma criatividade e participação;

Vídeo aula _Estrutura de animais: Construção de animais através de uma estrutura com formas geométricas, linhas, esboço e arte final. Melhora coordenação, planejamento, traço e finalização do desenho.

Vídeo aula _Paisagens com cores quentes e frias: Criar de lindas paisagens, cenários e transmitir através das cores a sensação de frio ou calor. Exercício de degradê (mudança gradativa entre as cores).

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A arte penetra tudo e até teatro já ganha força fora dos palcos

Bônus: contém dicas!

Quantos posts já fizemos sobre dicas de arte e cultura durante a quarentena, posts de profs nossos que têm proposto atividades em casa, efeitos do isolamento, entre outros que nem sabemos mais. Assim como vários veículos de comunicação, o começo da quarentena veio com uma preocupação pra nós: “o que vai ser da arte sem o encontro, o mundo exterior, a presença humana?”. Meus amigos, por sorte estávamos bem errados. Sabe por quê? Porque a arte penetra tudo! E estamos aqui pra provar.

Walter Benjamin, teórico da imagem, escreveu uma vez em sua tese A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica, o seguinte: “A esfera da autenticidade, como um todo, escapa à reprodutibilidade técnica, e não apenas à técnica”. Basicamente o que ele disse é que não dá pra ter autenticidade reproduzindo obras de arte em imagens, em vídeo (na época era só cinema), etc, porque isso acaba com a aura sagrada da obra de arte. A questão aqui não é discutir se ele está certo ou errado porque uma coisa é certa: qualquer experiência artística presencial é diferente da vista na internet. Agora, imagine como estaria Benjamin durante a quarentena, em que, bem ou mal, só temos a “reprodutibilidade técnica” para nos conectar à arte?

Pois é. Se algum dia fomos preciosistas com o encontro para dar valor à experiência artística – que, convenhamos, é bem mais gostosa e agregadora – nesse momento não temos nada além da tela para nos levar às pinceladas de Tarsila, aos movimentos de Trisha Brown, à emoção da música ao vivo. E é nesse ambiente de reações abruptas da arte querendo escapar às quatro paredes que iniciativas como o Covid Art Museum (@covidartmuseum) nascem.

 

 

 

O “museu” é o primeiro criado pós-corona e foi idealizado por  Emma Calvo, Irene Llorca e José Guerrero, comunicadores de Barcelona que têm feito o trabalho de curadoria das obras vindas da pandemia. E veja lá, no instagram – a rede da estética, do belo, do gráfico, do mundo estéril/perfeito. É nesse ambiente que a arte nascida da doença e da iminência da morte ganha o território da beleza. Ah, as voltas que a terra plana dá.

E esse momento de quarentena também têm incentivado a tomada de espaços pouco explorados antes por algumas áreas da arte. Como é o caso do teatro. O teatro ainda é uma das artes menos adaptadas ao que Benjamin chamava de “era da reprodutibilidade técnica”. A principal via do teatro ainda é o palco e o público, unidos em uma dinâmica única e que sobrevive de uma e da outra. Mas até essa arte têm se adaptado e ganhado plataformas como o Youtube. É o caso da websérie “Home Office”, de Marília Toledo e Emílio Boechat, que também fazem a peça (suspensa durante a Covid-19) Silvio Santos Vem Aí. A série está disponível a partir do dia 1 de abril no Youtube.

Esse terreno não é totalmente novo e já fez sucesso com obras como The Walking dead (spin off no Youtube), a brasileira Latitudes (com Alice Braga), 3% (sim, era websérie antes) e uma das melhores Edgar Allan Poe’s Murder Mystery Dinner Party.

E você, o que acha das webséries? 

Bianca Rinaldi é Dora, apresentadora do “Em Casa” da TV Tupinambá!Estréia sexta feira! Clique no link da bio e se inscreva no canal!

Posted by Home Office – A Série on Wednesday, April 29, 2020

X Dance Fest Online imagem-01

Você sabia? -Festival de dança online

Durante a pandemia de Covid-19, vemos cada vez mais eventos, sejam de música, dança, arte ou teatro, se tornando online para que, mesmo de casa, todos tenham acesso para assistir e até mesmo participar das atividades.

O X Dance Fest Online, um festival de dança online, teve sua primeira edição no final de semana dos dias 25 e 26 de abril. Seu principal objetivo é, além de  não deixar a arte da dança morrer durante a pandemia, valorizar a cultura brasileira.

Se apresentaram 73 grupos e escolas de dança que totalizaram 650 bailarinos e 223 coreografias em oito modalidades: balé clássico livre, balé de repertório, dança moderna/contemporânea, jazz, danças urbanas, danças populares, estilo livre (trabalhos originais que misturam estilos e técnicas) e sapateado.

As apresentações solo foram apresentadas pelos bailarinos direto de suas casas enquanto as coreografias em dupla, trio e em grupo foram pré-gravadas.

As premiações foram compostas por bolsas de estudo e workshops em cursos renomados no Brasil e no exterior; isenção de taxa para dançar na parada do Disney Magic Kingdom durante o Magical Dance Tour 2020; aulas na semana da dança do Sindicato dos Profissionais da Dança do Estado do Rio de Janeiro (SPDRJ); até bolsas de estudo para o Summer Brasil 2021, curso intensivo de dança idealizado pela professora Alice Arja e realizado pela Cia de Ballet do Rio de Janeiro, entre outras

o que aprendemos até agora image

O que aprendemos até agora com a quarentena?

“E agora, o que eu vou fazer pra me ocupar?” Se você pensou isso no começo da quarentena, saiba que não é a única pessoa. Ter 24h a ser, de fato, dividida entre trabalho, sono e lazer (e cof, cof, afazeres de casa) era uma doce utopia que do nada faz parte das nossas vidas. E agora? Vou me especializar? Vou fazer aquele curso de excel que preciso há tanto tempo? Vou colocar em dia os tutoriais que salvei no Pinterest? E aí chegamos à seguinte pergunta: “sério que tudo o que eu tenho que fazer no meu tempo livre nessa quarentena tem que ser algo útil?”.

 

Não são poucas as referências na literatura e nas artes ao prazer de fazer algo que não é útil. Se você já viu filmes italianos, provavelmente já se deparou com uma frase muito usada e que virou jargão do lazer: dolce far niente, ou em tradução livre, a doçura de não fazer nada. Em seu best seller “O segredo da Dinamarca”, a jornalista britânica Helen Russell fala sobre a perspectiva de uma estrangeira chegar em um país e se deparar com uma cultura que desenvolveu a palavra hygge para, basicamente, dar som e forma a uma ideia muito simples: aproveitar os pequenos prazeres da vida, como tomar um café na sala de casa, acender umas velas e relaxar. Ócio recreativo com diriam alguns. A arte e o prazer de fazer alguma coisa que não precisa de utilidade. É só porque é gostoso ou porque eu quero.

 

Nesse período de isolamento, nos deparamos com centenas de relatos sobre o fenômeno da desacelaração (antônimo da propriedade da física por coincidência). O fenômeno de olhar pra vida e falar: “poxa, eu tenho um pandeiro aqui em casa e não sei tocar… quer saber? estou afim de aprender”. O que isso vai agregar de concreto na sua vida, só o tempo vai dizer… mas quem disse que precisa agregar? Sabe, a gente vê muita referência às práticas culturais e artísticas como sendo uma coisa dispensável porque nem sempre acrescenta algo de concreto na vida das pessoas. Mas eu gostaria muito de saber quem está mantendo a paz de espírito nesse momento aprendendo a montar planilha.

 

Não é que você não possa. Você pode, e deve, fazer o seu movimento pessoal de crescimento, de amadurecimento profissional, espiritual, artístico, psicológico. Está tudo certo. Mas não despreze o “dolce far niente” da vida e da arte. O prazer de tocar um instrumento sem saber, de cozinhar algo diferente que fique mais ou menos bom, de desenhar porque é legal, de cantar porque você gosta. O nosso programa Arte e Cultura Barueri tem muito a acrescentar na vida das pessoas em termos que falamos sempre e que valorizamos muito, como disciplina, socialização, saúde, pensamento criativo, entre outros. Mas sabe, nesse momento estamos mais preocupados de você ter sempre à mão uma atividade que te faz bem. Por aqui já mostramos nossos alunos fazendo bolinhos (que a prof. Rebecca ensinou), ou mães fazendo aulas de zumba com as filhas, ou alunos usando borra de café pra desenhar. Por quê? Porque faz bem, porque é gostoso, porque deixa a gente feliz e dá prazer.

 

No fim das contas, é amar o que faz que nos deixa bem com a gente e com os outros, ainda mais em tempos tão difíceis.

Contagio - Texto

A percepção da cultura sobre os desastres

Na edição de 8 de abril da Revista Veja, a matéria “Admirável Fim do Mundo” ressoou com um pouco mais de força aos nossos ouvidos. Não particularmente pelo medo da veracidade das profecias hollywoodianas citadas na matéria, mas principalmente por tratar da forma como a cultura se manifesta, e consequentemente manifesta os nossos anseios, sendo tão sensível para nós que é até capaz de criar, através das narrativas de tantas obras, uma sensação geral e intangível que nos acompanha nesse tempo de coronavirus: a sensação da ameaça de um mal que chega para colocar a nossa humanidade em xeque.

Durante todo o século XX, dois aspectos nos deixaram mais propensos a essa sensibilidade, e talvez o primeiro esteja em função do segundo: a quantidade de produtos culturais – como filmes, livros, HQs, músicas – que tratam de um evento “apocalíptico”, seja um vírus novo, um ataque zumbi ou um efeito do aquecimento global; e, o outro aspecto, é a globalização, que faz com que a narrativa de um desastre local (como guerras, crises humanitárias, tsunamis, terremotos, fome, seca) e também global (como o coronavirus) afete cultural e psicologicamente bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Desde que o mundo é globalizado, a sensação de que sempre tem alguma coisa acontecendo é verdadeira, porque tem mesmo. Em algum lugar tem. E então chegamos a esse momento em que uma coisa está, de fato, acontecendo em todos os lugares ao mesmo tempo – com uma velocidade e raio sem precedentes – que nos causam aquela impressão de: “meu deus, aquele filme estava certo!”. E muitas vezes, essa sensação geral não vem necessariamente do medo do fim da humanidade, mas da falência da civilização, como é o caso de distopias famosas na cultura pop, como Jogos Vorazes, O Conto da Haia, 1984, Farenheit 451 e tantos outros que levam as reações do medo e da ameaça às últimas consequências.

E onde nós, a massa da humanidade, ficamos? Ficamos no meio das narrativas, que ganham mais ou menos força à medida que a nossa experiência com o mundo endossa o que vemos na tela, na página do livro ou na canção. Se “Contágio”, de Steven Sonderbergh, já foi um entretenimento pra passar tempo, hoje ganha teorias, baseia projeções de jovens na internet e é, por vezes, evitável, afinal: “deus me livre de assistir isso agora”.

Tudo isso nos faz pensar o quanto a cultura e a arte são importantes para nos ajudar a dar conta e vazão dos receios que todas as gerações há milênios têm: que as coisas uma hora podem ser muito desafiadoras (como agora) e não sabemos como lidar com isso.

Tudo isso nos faz pensar o quanto as histórias e elaborações que fazemos da vida através da arte são essenciais para a gente dar à imaginação o poder de realizar aquilo que não queremos que se realize na vida real, e ao mesmo tempo, o quanto somos tão sensíveis à cultura, à elaboração das histórias e das experiências uns dos outros, que somos tentados em nossos sentimentos e imaginação a tomar um pouco para nós da cautela, do medo e das reações de alguns dos personagens em quem nos espelhamos.

É nesse bololô que conseguimos perceber, pelo menos um pouco, que a sociedade e a cultura globalizada se retroalimentam em suas narrativas de elaboração do mundo, do medo, do desconhecido, e que provavelmente sem isso, sem a imaginação e a emoção, poderíamos estar elaborando muito mal nossos sentimentos – que sem elaboração racional podem se tornar um perigo para o outro.

Por isso, assista os filmes de apocalipse zumbi, distopias e desastres… são boas histórias, e muitas vezes, têm muito a ensinar sobre o espírito de comunidade. Mas não se preocupe. Essa elaboração do desastre existe justamente pra nos ajudar a lidar com nossos medos e perceber que, mesmo no pior dos cenários, há sempre um jeito de superar os desafios.

 

Viva à cultura por nos dar mais do que um passatempo, mas uma forma bonita de pensar o espírito humano.

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Por Daniel Bernardes – O teatro: o nascer e o criar

Em primeiro lugar quero agradecer por estar escrevendo nesta página. E também parabenizá-los pelo empenho artístico que todos os professores de artes têm realizado, via internet, neste período de pandemia. O que mantém minha confiança de que a arte pode estar não só nos grandes teatros e em festivais, mas em todos os espaços do mundo, do nosso dia-a-dia; a nossa vida, enfim, com arte, a começar pelo centro das nossas casas e entre as pessoas mais próximas da nossa família. Provaram que vão além dos limites e estão organizados para isso, são capazes de se libertarem olhando de forma diferente para as coisas, por outro viés, buscando outras vias, outras alternativas, diferentes do padrão que todo mundo já busca.

Tenho que lhes dizer, antes de tudo, que sim, sem dúvida, o teatro é um meio de comunicação que utilizamos dia a dia, portanto uma forma de expressão humana. É uma linguagem simples (o que não é o antônimo de complexo, mas que é básico), pois que até o analfabeto faz cena, e a criança iletrada também faz.

O ator adquire mais controle de suas expressões humanas, através de muito esforço e muito treino. Para conhecer alguém, ande junto com essa pessoa. Para saber melhor de algo, vá aos princípios (da origem se acompanham as transformações). Qual a primeira expressão? Sem dúvida, é nascer. Talvez expressemos algo quando damos algumas pancadas na barriga da nossa mãe, mas isso só ela percebeu ou só alguns. Mas, quando nascemos, nos encontramos com o mundão aqui fora e com os outros de fato. Depois abrimos um berreiro, aprendemos a sentir e pensar esse “outro” que está fora, e depois falamos… Tudo isso é expressar. Expressamos ações e todas elas imitam a primeira, que é nascer, todas elas nascem na gente. A fala nasce da boca, o gesto nasce do corpo, as ideias da mente, tudo nasce… E imitamos isso. Imitamos o movimento criador. Imitamos para aprender criar. Imitamos para aprender qualquer coisa; imitamos, na verdade, ao expressar, ao se comunicar, o nosso nascimento.

Criar, no entanto, não é só pôr no mundo, não é mesmo? Toda mãe sabe disso. Mas é acompanhar as transformações, orientar e instruir cada ação para uma finalidade. E é por isso que existe o teatro. Para gente poder ver e perceber as ações da vida acontecendo, se transformando e sendo imitadas. Para tentar saber no que vão dar essas ações, esses gestos, essas vidas. Como disse Jean-Paul Sartre, só com a morte podemos concluir um sentido ou não para as nossas vidas. No teatro é usual, portanto, cada ação ter um propósito, ter um fim, um objetivo, uma orientação, uma instrução, um sentido (mesmo que aberto ou em suspensão), porque queremos saber no que vai dar. É usual, no teatro, nascermos e morrermos a cada dia. Para afirmar o sentido que a vida tem e há de ter, quer queiramos, quer os outros queiram.

Teatro: “lugar da onde se vê”. A partir dessa definição habitual, Eleonora Fabião afirmou que o ator ao mesmo tempo: vê, se vê, se vê vendo e se vê sendo visto. O que reitera que o teatro é uma forma de se ver por inteiro e de se estar por completo. Eis aí o paradoxo, porque para isso precisaríamos estar morto. Toda ação, no palco, carrega em si esse conflito, o paradoxo essencial que atrai inevitavelmente a nossa atenção. Tendemos a buscar finalidades para as coisas (sabemos que tudo que nasce tem um fim, e queremos um sentido para isso). Na verdade, o que queremos ver são esses conflitos sendo resolvidos e quanto mais resoluções, mais sentidos, menos fins e mais eternidades. Somos capazes de criar sentidos para nós mesmos durante toda a vida, quando simplesmente queremos ser vistos, ouvidos e sentidos.

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Iniciativas de orquestras aproxima o público da música clássica

O surto mundial de Covid-19, o novo Coronavírus, está gerando uma pausa em diversos setores, inclusive o de cultura. Por conta disso, muitos estão se reinventando para continuar atraindo o público e mais interação.

Em outros textos, mostramos as medidas tomadas pelos museus e teatros através da produção de conteúdo gratuito online para o público que está em casa. Vocês sabiam que tem até orquestra produzindo material online para divulgar seu trabalho e não perder a interação com o público?

Um exemplo dessa alternativa é a Orquestra do Metropolitan Nova York que está oferecendo diariamente, sem custo,  vídeos de ópera que ficam disponíveis por 24 horas, incluindo uma semana inteira dedicada a Richard Wagner e a própria abertura da temporada de 2020 da Osesp (marcada com a estreia de Thierry Fischer como regente da orquestra. Wilhelm Richard Wagner foi um maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão, primeiramente conhecido por suas óperas.

Segundo matéria realizada pela Folha de S. Paulo, existem duas análises em relação a esse cenário. A primeira é que a experiência acústica é diferente quando se passa ao vivo do que quando é registrado em vídeo.

Porém, o segundo ponto a ser analisado é “positivo”, porque os vídeos não serão apenas oferecidos como uma maneira de entreter quem está em casa, mas também servirá para chamar a atenção de órgãos públicos e privados para as consequências do cancelamento dos concertos.

“Por isso algumas dessas orquestras têm sugerido a doação do valor dos ingressos cancelados para a própria orquestra —a Sinfônica de Chicago é um exemplo. E é mais o desespero do que a generosidade que move tantos músicos a divulgar de graça vídeos, aulas e lives.”, afirma o veículo.

Outro exemplo que vamos citar é a Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes que também suspendeu seus ensaios e apresentações devido ao surto de Covid-19, o novo coronavírus.

Para não parar todas as atividades, os professores estão realizando aulas online para os alunos e fazendo todas as reuniões via internet.

A orquestra já realizou apresentações na Sala São Paulo, um dos principais espaços de música clássica do Brasil.

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Espetáculos de dança no Brasil e no mundo para assistir agora mesmo

Amigos, amantes de dança! A Quarentena nos privou de algumas experiências com o corpo – como se exercitar e encontrar pessoas que amamos. MAS não nos privou de todas! A dança continua firme e forte não só no Arte e Cultura Barueri com as aulas para os alunos do programa, mas também em companhias de dança no Brasil e no mundo.

 

A gente sabe que a formação artística vem do aprender, mas também do observar e se alimentar da vanguarda da dança e das experiências de outros grupos artísticos. Então, a gente trouxe alguns dos maiores espetáculos de dança pra você viver a dança!

 

Grupo Corpo

 

O grupo mineiro fundado em 1975 tem um forte traço de brasilidade misturado com as convenções de dança erudita e europeia. O grupo é conceituado no mundo da dança e já se apresentou em muitos países ao longo da sua história. A crítica e pesquisadora de dança, Helena Katz, descreveu o grupo assim: “quando se vê o GRUPO CORPO dançando, é como se as questões do trânsito entre a natureza e a cultura estivessem sendo bem respondidas”.

Você pode acessar o site do grupo onde há links para suas presentações.

 

 

Trisha Brown Dance

 

Já ouviu falar de dança pós-moderna? É assim que pode ser definido o estilo de dança da companhia norte-americana. Nesse momento de quarentena, e no ano do 50º aniversário, está disponível no site algumas apresentações de dança para você ver em curso uma representação artística em movimentos. Acesse o site também para ver apresentações famosas como “Roof/Room Dance”.

 

São Paulo Companhia de Dança

 

Uma das mais importantes companhias de dança do país também se rendeu ao virtual para dar conta da divulgação e apreciação da arte.A SPDC tem várias apresentações muito importantes e bacanas que levam o espirito da dança ao seu ápice. E você pode conferir no site links para o Youtube e para o instagram onde também acontecem lives. Para ver também o trabalho nas redes sociais, siga: #SPCDdigital e #CulturaEmCasa.

 

 

Patinação no Gelo (Olimpíadas)

 

É um pouco estranho? Pode ser! A patinação no gelo é considerada um esporte, mas como sabemos, nem tudo na vida se encaixa em conceitos fechados. Por isso que decidimos dar essa dica! No canal do Youtube das Olimpíadas, é possível ver várias das apresentações da patinação no gelo – uma modalidade que flerta com a dança de forma bastante evidente. Dá uma olhada e diz pra gente se os movimentos de dança também te inspiram artisticamente.

Abaixo você confere uma das maiores duplas de patinação no gelo de todos os tempos (começar a assistir com o olhar da dança é um caminho sem volta)

 

 

Dica Extra: Podcast Contos do Balé!

 

A São Paulo Companhia de Dança lançou o podcast Contos do Balé. Ele se baseia no livro (com o mesmo nome) de Inês Borgéa que explora as histórias contadas nos espetáculos de ballet. O podcast será lançado todos os meses. No primeiro episódio, um jovem se apaixona por uma moça que tem que viver com a maldição de se tornar um cisne à noite. Esse é o enredo de um dos contos mais representados na dança: O lago dos cisnes.

Confira aqui.

Anne Frank Isolamento

Anne Frank e a angústia do isolamento

75 anos. É tudo isso de tempo que temos do fim da Segunda Guerra Mundial, a última grande crise mundial até agora. Segundo relatório divulgado pela ONU, esse estado de exceção em que estamos devido ao Covid-19, é a crise mais desafiadora que a humanidade passa desde a guerra.

75 anos. É tudo isso de tempo que temos desde a morte de Anne Frank. A jovem, judia, aos 15 anos morreu em um campo de concentração depois de passar dois anos em isolamento com a família no anexo de um prédio em Amsterdã.

75 anos. É tudo isso de tempo que nos separa do contexto desses dois fatos e que ao mesmo tempo nos dá a oportunidade de pensar um pouco sobre a angústia do isolamento e da incerteza.

Anne Frank, no alto de sua adolescência, nutriu um diário – sem o conhecimento dos familiares – carregado de suas frustrações, seus medos e seus conflitos dentro do isolamento. Um isolamento solitário, sem internet, sem chamadas de vídeo, sem memes, sem lives.

O medo de Anne em relação ao mundo exterior parece encontrar em nossos dias uma similaridade: um inimigo desconhecido que também é um risco à nossa sobrevivência, que também está envolto em um misto de incertezas e medos, e que também só é possível ser vencido pela força da esperança, da valorização das pequenas dádivas da vida e da vontade de chegar do outro lado da margem.

Na realidade de Anne, o anexo minúsculo comportava oito pessoas. Andar, só se fosse de cócoras, descalço. Conversar, só se fosse na base dos sussurros e gestos. Comer, às vezes não. Tudo em silêncio, sem perspectiva, sem muito sol. E é nesse ambiente que os planos de Anne Frank para o futuro se desenhavam. Ela queria ser escritora, ela imaginava o dia em que não estaria mais em confinamento. Ela usou a criatividade e a imaginação para continuar.

Apesar de “O Diário de Anne Frank” ser muito importante para a literatura mundial, ele ultrapassa o campo do texto e alcança a nós, hoje, ao demonstrar como o ser humano é ser humano sempre e pra sempre, nos surpreendendo com o fato de compartilharmos sentimentos com uma adolescente de 15 anos, que viveu há mais de 70 anos.

Se algum dia a angústia de Anne pareceu irreconhecível, é agora experimentando uma fração das dores do isolamento dela que encontramos o valor da solidariedade e respeito, ao pensar que se isolar, nesse caso, é respeitar o próximo, sabendo que, dessa vez, o perigo não discrimina. E através desse olhar, alcançar um nível de humanidade, de empatia e igualdade, que passou de largo nos dias de Anne.

75 anos é o tanto de tempo que somos um pouco mais Anne Frank do que jamais fomos. Essa parece ser a melhor hora de reconhecer que o prejuízo do isolamento não é só nosso e que o perigo lá fora não é só nosso. Essa parece ser a melhor hora para entender que, na melhor das interpretações, aprendemos a valorizar as pequenas liberdades que outros não tiveram, e que a gente sempre tomou como garantido. Aprendemos que somos iguais. E que, mesmo no isolamento, existe espaço para a criatividade, para continuar escrevendo, pintando e sonhando com um mundo que pra muitos nunca chegou. Mas pra gente vai. Pra gente pode chegar.

Mantenha as esperanças altas. Respeite o próximo. Dê lugar à criatividade. Fique em Casa.

Teatro quarentena

Dica – Prof de teatro indica site durante a quarentena

A professora de teatro do Arte e Cultura Barueri trouxe uma dica super especial para quem se amarra em teatro.

Ela indicou um site incrível onde você pode assistir peças de teatro gratuitas, seja por entretenimento ou até mesmo para você estudar algumas atuações.

Veja o vídeo da professora Patrícia.

Acesse o site.