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Nossas Histórias – Relação mãe e filha

Nossos stories estão sempre recheados de muitas pinturas, desenhos, mangás dos alunos de desenho do programa Arte e Cultura Barueri e nem sempre a gente imagina o que, de fato, isso significa para os alunos e suas famílias e como a prática artística faz parte do cotidiano familiar. E essa é uma dessas histórias que mostram um pouco de como a arte se mistura com a vida.

A Nicolly tem 12 anos, e é aluna de mangá e caricatura na Gibiteka, ela começou a ter aulas em março, mas a paixão pela pintura e trabalhos manuais já vem da mãe, Lilian: “eu sempre gostei de desenhar, pintar… fiz uma vez aula de artes plásticas e gostei muito, depois nunca mais pude me dedicar a isso”.

A pequena artista entrou para as aulas da professora Paulinha em março, pouco antes de começar a pandemia. Apesar disso, as duas se mantiveram firmes em aprender e se desenvolver nas artes, e investiram em diversos materiais para testar técnicas diferentes, como giz pastel seco, giz pastel oleoso, aquarelas variadas, canetinhas para lettering, lápis de cor com especificações diferentes e até de marcas estrangeiras. “Nossas técnicas favoritas são degradê e aquarela”, diz.

Nessa quarentena, a prática do desenho se tornou parte da rotina diária a que mãe e filha se dedicam após o jantar, durante a semana, e durante as tardes nos fins de semana. Às vezes, o embalo com as obras é tão grande que chegam a ficar de madrugada pintando e desenhando.

Elas não saem de casa desde o dia 17 de março e continuam em contato com a professora e vendo os vídeos para aperfeiçoar o desenho, além de outras atividades que desenvolvem para se manterem entretidas em casa, como quebra-cabeças, jogos, stop, e até brincam de desenhar personagens para o outro adivinhar. “Nós não podemos reclamar, esse momento têm sido muito especial pra unir ainda mais meu filho comigo [21 anos], e a Nicolly [12 anos]. Estamos desenterrando para não enlouquecer dentro de casa.”, conta a mãe. “Nós estamos obedecendo muito o isolamento por amor, queremos preservar as vidas dos nossos parentes e amigos.”, emenda Lilian enquanto fala sobre a importância desse momento para a família.

Todas as atividades são feitas pelo prazer de estarem juntos e melhorar cada vez mais nessa habilidade: “a gente termina rapidinho as coisas em casa para começar a desenhar… eu finjo que sou aluna também. Tem dias que a Nicolly não está afim e eu respeito, mas é difícil ela falar isso.”

Nicolly é muito caprichosa e tem mostrado um talento ímpar para as pinceladas e deixa a mãe orgulhosa. Ela também faz aula de circo nas oficinas. Para Lilian, é muito importante deixá-la bastante envolvida com as artes para ficar com a mente aberta, o corpo desenvolvido.

Abaixo você confere alguns dos desenhos da jovem artista.

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Sonho e empreendedorismo no esporte

Nós da IMELC acreditamos que o valor e crescimento que o esporte traz para sociedade nasce de um ecossistema de valores, empreendedorismo, impacto e fomento. E aí você pode estar pensando assim: mas o que uma marca de roupas esportiva tem a ver com tudo isso? Nós conversamos com o Marcelo Baek, sócio da KVRA, marca de lifestyle e roupas esportivas, para descobrir um pouco sobre empreendedorismo no esporte e suas experiências com a área.

A KVRA nasceu em 2013, depois de Marcelo Baek, mais conhecido hoje como Marcelo KVRA, e Gui Ferraz, DJ e publicitário, se conhecerem em uma academia durante os treinos transformarem um símbolo usado na época pelo DJ, a caveira,  em uma marca. A ideia ganhou forma e também foi abraçada por Marcos Chae, terceiro sócio, a peça que faltava  dessa história de sucesso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marcelo e Gui Ferraz em frente a uma das lojas

Marcelo KVRA era do ramo de confecção de roupas há muitos anos em um negócio de família e já tinha know-how profissional na área. Mas  a vontade de trabalhar com o mundo do esporte falava alto: “eu sempre quis trabalhar com a área de esporte […] eu fui um atleta frustrado, sempre quis ser lutador”.

O que parecia ser uma frustração foi um dos combustíveis para uma ideia que mudou tudo: os kimonos. Apesar de a marca ter começado com bermudas, camisetas, bonés, e a vontade de abraçar vários esportes, o negócio da luta fez a diferença: “o mercado de Jiu-Jitsu estava um pouco engessado, então não dava pra gente entrar sutilmente, tinha que ser com um diferencial”, diz Marcelo. E assim, veio a ideia de fazer os kimonos com caimento slim, novos tecidos e cores chamativas, dando uma cara mais personalizada à vestimenta. E assim, o KVRA explodiu “graças a Deus”, comenta Marcelo com um sorriso orgulhoso.

Ao saber sobre o Crossfit, que chegou com fama negativa na Brasil, Marcelo decidiu começar a praticar a modalidade. A prática e relacionamento com os profissionais referências da área abriram seus olhos para a oportunidade, que foi se tornando mais popular com o tempo no país, e se tornou também um dos carros chefes da KVRA.

KVRAGames 2019 no Estádio do Pacaembu

A marca também encabeça projetos importantes de fomento e participação no esporte. Um deles é o KvraGames, campeonato de Crossfit para praticantes iniciantes a avançados, e que já passou por cidades brasileiras como São Paulo, Belo Horizonte e Recife. A última edição na cidade de São Paulo foi durante a Virada Esportiva 2019 e que levou o campeonato para dentro do estádio do Pacaembu em dois dias cheio de garra, competição e celebração do esporte.

Além desse, a KVRA, também realiza o BJJ League, campeonato de Jiu-Jitsu que promove o esporte para todos que gostam da prática. E apesar de já ter um papel muito importante para visibilidade, fomento das práticas e incentivo, a marca que se autodenomina como cristã, também tem uma vocação de beneficiar jovens atletas de projetos sociais, que podem participar do campeonato e, muitas vezes, ganham até patrocínios. “Nós estamos sempre de olho em novos atletas”, comenta Marcelo.

 

Campeonato BJJLeague de Jiu-Jitsu 

Quando pensamos nas repercussões que o esporte tem na vida, normalmente pensamos sobre valores de colaboração, de saúde e de competição saudável. Mas no meio da nossa conversa, Marcelo nos surpreendeu com um insight simples, mas que mostra um lado muito importante para os negócios de esporte: “[por exemplo] as pessoas que eu conheci quando eu comecei no Jiu-Jitsu, em 1996, hoje são os principais líderes das maiores equipes”, relembra Marcelo. “então esse networking foi fundamental… eu jamais poderia imaginar que geraria esse fruto, na época”, finaliza.

 

Atleta de Crossfit em campeonato KVRAGames

Assim como para todo o mundo de esporte, a pandemia também causou impactos na KVRA. A expansão de ferramentas digitais para o e-commerce precisou ser feita com a nova demanda de distanciamento social e chegou a derrubar o faturamento em 80%. Com revendas no exterior, lojas no Brasil e e-commerce, a recuperação está acontecendo aos poucos. No entanto, o momento também trouxe boas surpresas no mundo digital: “eu já vi pessoas abrindo reuniões virtuais para treinarem juntos, happy hour com um amigo tocando e todo mundo lá… claro, aumentou a presença virtual, mas nós somos seres humanos e precisamos do toque”, reflete Marcelo.

O esporte pode dar outros frutos, não apenas para quem é atleta. Pode ser uma paixão que se torna um negócio, uma fonte de networking, além de trazer benefícios conhecidos como saúde, disciplina, valores.  Uma marca esportiva não precisa só fazer roupas, pode fomentar o esporte, através dos campeonatos.

O esporte pode dar outros frutos, não apenas para quem é atleta. Pode ser uma paixão que se torna um negócio, uma fonte de networking, além de trazer benefícios conhecidos como saúde, disciplina, valores.  Uma marca esportiva não precisa só fazer roupas, pode fomentar o esporte.
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IMELC na quarentena – ajudando a promover arte on-line

A gente tem falado bastante sobre experiências inspiradoras que estão abalando (para o bem) iniciativas de esporte e cultura, principalmente nesse momento de quarentena. E aí pensamos: mas e a nossa experiência de impactar socialmente as pessoas nessa realidade? Pois é! Então vamos te contar nossa parte nisso tudo!

A IMELC – Instituto Movimento ao Esporte Lazer e Cultura, tem dez anos de atuação em promover o acesso da população às atividades esportivas e culturais, porque a gente acredita que essas atividades não são meros passatempos, mas são peças-chave para um aprendizado eficaz, pensamento cidadão crítico e satisfação pessoal, além de serem potencializadores de talentos. E tudo isso gera impacto na vida em sociedade.

Mas como continuar gerando esses impactos separado das pessoas? A resposta é simples: boa vontade, atuação em conjunto e tecnologia.

A entidade faz a gestão do programa Arte e Cultura Barueri, com mais de 6 mil alunos, promovendo em conjunto com a Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri, mais de 30 modalidades divididas entre dança, teatro, artes visuais e música. Pensando em continuar a vocação artística do programa, os professores da IMELC junto com a Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri tem achado no Youtube uma forma de continuar ensinando as modalidades. Já são mais de 200 videos disponíveis.

 

No começo, ninguém sabia muito bem como fazer o Arte e Cultura Barueri continuar através do digital. O programa sempre teve como um diferencial a experiência viva da arte, com professores engajados e disponíveis para a construção do aprendizado e da convivência diária. Mudar para o digital parecia quase contra intuitivo, mas o trabalho dos professores foi adaptado criando:

1- rotinas de gravações de aulas e conteúdos exclusivos para as redes sociais;

2- desafios que estimulassem a interação dos alunos com os professores;

3- vídeos comemorativos ou temáticos que encorajassem os alunos a treinarem para participar.

E esse trabalho acabou gerando consequências positivas além do aprendizado. Denise Garcia, aluna de zumba das oficinas, conta que as aulas on-line têm ajudado na parte emocional: “as aulas têm sido essenciais para nós porque é o momento que temos para descontrair”. Ela também conta que fazer os exercícios acabou interessando também as filhas: “ano passado, a professora fez uma aula para mães e filhas e as minhas se interessaram pela zumba, agora, em casa, sempre que eu vou fazer aula, elas fazem comigo e ficam super animadas”.

O trabalho acabou se expandindo para além dos tema das aulas, criando uma rede de colaboração e aprendizado (da arte e da vida) entre professores, alunos e funcionários da IMELC que segue firme e forte. Por meio de posts com dicas de receitas, filmes, curiosidades de modalidades, trabalhos de arte e mensagens de carinho, os professores têm compartilhado carinho  e risadas com os alunos e mostrado que aqueles abraços, bate-papo e sorrisos estão guardados para quando tudo voltar ao normal, como conta a professora Rebecca Numa em vídeo na rede: “eu estou morrendo de saudades. Mas daqui a pouco tudo isso passa e a gente volta a se encontrar. Um beijo cheio de saudades”.

 

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Dança, fé e quarentena: Conheça a Cia Extensão

As expressões artísticas são tão inerentes ao ser humano que elas permeiam a sociedade,  a vida, as relações, a educação e até a . E é pensando nisso,  em todas as dimensões da vida que a arte (ah a arte!) faz questão de se manifestar, que hoje vamos contar um pouco mais sobre a Companhia Extensão, companhia cristã de dança que busca nos movimentos uma forma de atingir as pessoas com amor, esperança e fé.

A Cia Extensão nasceu de um grupo de amigos bailarinos e dançarinos com o principal objetivo de criar trabalhos relevantes e que levassem esperança, amor, alegria e motivação. Hoje o grupo conta com 15 membros que, entre um passo e outro, buscam mais do que só dançar: “Amamos servir as pessoas com o ensino e a arte”, conta Dae Ellen Castilho, diretora da Cia.  A vocação religiosa da companhia já fez seu trabalho alcançar lugares como congressos, igrejas e eventos.  Mas a fé, no grupo, é muito mais do que uma oportunidade de penetrar lugares. É um fator essencial para a missão e modo de expressar a arte: “Deus é o criador de todas as coisas, e nós escolhemos ser artistas que levam as boas novas de tudo o que Jesus nos ensinou”, diz a diretora. E a missão de usar a dança como veículo de esperança para as pessoas se intensificou ainda mais na quarentena: Temos visto que as artes tem entretido, aliviado, motivado, animado e impactado as pessoas que estão em casa nesse tempo. É o veículo de diversão, de escape”, avalia.

A pandemia, como em toda a área de cultura, atingiu a dinâmica de trabalho e agenda do grupo. As atividades pararam no dia 16 de março e, mal poderiam imaginar que as coisas seriam tão difíceis. Nos planos para esse ano, foram cancelados cinco eventos que já estavam em vista e alguns clipes que seriam gravados ainda no primeiro trimestre. No momento, aulas, reuniões e ensaios de coreografias acontecem por videoconferência.

Figurinos: Carolina Vecchi (membro) desenha todos os nossos figurinos e a Lenny Correia confecciona

 

Um dos membros da Cia Extensão é a Tainá Portugal, professora de balé e jazz do Arte e Cultura Barueri. Membro desde 2019, a bailarina foi convidada pela diretora a integrar o grupo: “Eu estava parada por conta da faculdade. Foi uma grande felicidade. É diferente fazer parte de uma companhia porque a gente busca mais técnica e busca ser um exemplo. É mais responsabilidade, mais compromisso”, conta a professora, que começou na companhia como estagiária, e hoje, faz parte dos membros fixos.

Na vida de bailarina, a motivação e o esforço são determinantes, e nesse momento se tornam um grande desafio: “a motivação é complicada, as distrações em casa são maiores. A gente tem tentado um motivar o outro, tentado fazer aulas diferentes de fortalecimento e condicionamento”, conta Tainá.  Nesse processo, a compreensão da família é fundamental:  “nossas famílias entendem porque [já estavam acostumados com a rotina] de compromissos. Às vezes temos que adaptar algumas coisas, pedir para liberar a internet ou usar outro celular”, relata.

Assim  como para todo mundo, pensar no amanhã não é tão fácil nesse momento. Por enquanto, a companhia tem vivido um dia de cada vez, mas ousando um pouquinho em pensar sobre o que vem pela frente: “quando tudo passar, cremos que viveremos um novo normal, com novos hábitos, prioridades e atitudes. Queremos continuar nossos projetos dos clipes, espetáculos e ações sociais”, finaliza Dae Ellen.

 

Filmes

Sesc lança streaming gratuito

Para você que ama assistir filmes e está com saudade de ir ao cinema, essa matéria é para você!

O Sesc é mais um a lançar, junto com a curadoria  da equipe do Cinesesc, sua plataforma de filmes para assistir em casa, assim como outras iniciativas, Cinema Virtual e o Festival Varilux em Casa.

O Cinema em Casa é uma plataforma onde os cinéfilos tem acesso a quatro filmes por semana e de forma gratuita.

 

Veja alguns filmes que poderão ser assistidos:

 

Mamma Roma

Clássico filme de 1962, do diretor italiano Pier Paolo Pasolini, conta a história de Anna Magnani, uma prostituta de meia idade que tenta de tudo para dar um futuro bom ao filho rebelde.

 

O Homem da Gabine

Documentário brasileiro do diretor Cristiano Burlan que registra o cotidiano de projecionistas de cinema que  possuem um longa e solitária jornada de trabalho.

 

Aquarius

A produção brasileira conta a história de Clara (Sonia Braga),  uma jornalista aposentada que persiste em proteger seu apartamento de uma construtora interessada em construir um novo prédio no lugar de seu lar.

 

E ai, preparado para maratonar esses fimes na quarentena?

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Jiu-Jitsu, Artes Marciais na quarentena e os quatro fatores de checagem na luta e na vida

A intenção dessa conversa com o Luciano Sabato, treinador de Jiu-Jitsu, era ser transformada em um texto sobre a visão do Jiu-Jitsu em relação à quarentena, mas acabou virando um papo sincero sobre as lições das Artes Marciais para a vida e o que esperar do futuro. Por isso, decidimos colocar na íntegra o depoimento do Sabato.
Depoimento de Sabato para IMELC
O esporte na vida

Eu tenho 45 anos, tenho 2 filhos, sou formado em educação física e as artes marciais estão na minha vida há 25 anos. Eu comecei aos 20 com uma arte chinesa chamada Wing Chun (Ving Tsun), um sistema de Kung-Fu que parte do princípio da simplicidade, não tem competição. É trabalhado nela, um dispositivo, uma ferramenta de desenvolvimento humano.

Meu objetivo nas artes marciais desde o início não foi de aprender a me defender ou por gostar de competições, até porque eu comecei mais tarde, não era como os garotos que começam mais cedo com essa vontade. Eu comecei porque estava procurando um equilíbrio na minha vida. Cheguei a participar de algumas competições, mas nunca foi meu foco principal. Eu fui campeão paulista, vice-campeão mundial, ganhei desafios, fui campeão do circuito do interior de São Paulo, campeão brasileiro. Mas tudo, eu já era mais velho. Eu fui competir só a partir de 30 anos.

Hoje o trabalho que eu desenvolvo é com o Jiu-Jitsu, que tem um enfoque forte na competição, mas esse nunca foi o nosso objetivo principal. Eu deixo meus alunos muito à vontade para participar de competições ou não porque meu objetivo continua sendo o desenvolvimento humano, o equilíbrio que as artes marciais podem trazer. Então todo aprendizado na academia, a gente faz uma analogia com a vida.

Vencer

Eu acho que a maior vitória que a gente pode ter é vencer a nós mesmos. Vencer os nossos desafios pessoais, nossos problemas, angústias, desequilíbrios. É esse o benefício imenso que as artes marciais trazem: as ferramentas para aplicar no dia a dia.

Quem usa a arte marcial apenas como esporte de combate, para competição e sem muita filosofia, [vai ter benefícios] por um tempo curto na vida da pessoa. Ela provavelmente vá ser atleta por uns dez anos, 15 anos se for muito. Então tem que pegar essa ferramenta, que é pra vida, e aplicar no dia a dia, senão é muito pouco – um período muito curto e absorvendo pouco daquele universo que são as artes marciais.

Fatores de checagem: da luta para a vida

Eu tenho quatro fatores de checagem que eu utilizo para um treino e posso utilizar pra vida: posicionamento, distância, timing e energia.

O primeiro fator, posicionamento, é como a gente se posiciona na vida. Aliás, o posicionamento não é só como a gente se enxerga, mas como o outro enxerga a gente também. Por exemplo, se você vai em uma reunião de negócios, mas não está vestido de acordo com o local. Isso é um erro de posicionamento.

A distância é respeitar e não invadir o espaço do outro. O timing é sobre o momento certo de fazer algo.A energia é aquilo que a gente coloca nas coisas.

E os quatro se complementam. Às vezes, você se posiciona bem, mas coloca energia demais e acaba estragando tudo. Às vezes se posiciona bem, coloca a energia correta, mas erra no momento de falar. Às vezes está tudo certinho, mas você está na distância errada.

Esses fatores de checagem são super importantes.

Pandemia na Arte Marcial

A Arte Marcial é trabalhada através do movimento, não só da filosofia. A gente mostra através do corpo. Então arte marcial sem contato físico, pode esquecer. Mas na pandemia, não tem isso e temos que trabalhar outros aspectos. Eu acho que os professores que não desenvolvem esses outros aspectos [não físicos], tem que começar a desenvolver porque se sustenta arte marcial sem o corpo, sem o combate simbólico? Não. Mas se agora não pode, vamos trabalhar outra coisa.

O Bushido [o caminho do guerreiro – código de vida de um Samurai] fala sobre o caminho da pena e da espada. Então vamos usar a pena agora, buscar o outro lado das coisas. O lado do estudo e do autoconhecimento.

Para o futuro, eu vejo as pessoas buscando um trabalho mais personalizado, cuidar mais da saúde, buscar mais segurança nos locais – uma assepsia maior, higiene maior – e isso só traz benefício.

As aulas on-line também não vão acabar, mas podem ser uma ferramenta de complemento, porque nada substitui o contato físico na arte marcial. O personal trainer ou personal fighter vai ter bastante oportunidade.

Eu acho que tudo isso tem um lado muito positivo. Na arte marcial a gente se desenvolve através da crise, do combate simbólico. Sem uma crise, não há desenvolvimento. A gente está numa baita crise, então vamos voltar mais forte. A chance é de enxergar as alternativas que tem e através delas se desenvolver. Quem encontrou isso na pandemia vai crescer e evoluir.

 

Situação do Jiu-Jitsu

A Federação Internacional de Jiu-Jitsu, que rege a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, cancelou os campeonatos esse ano. Eu acho que não é o momento de pensar sobre eles. Para quem trabalha com atletas profissionais, vai ser difícil. Para esses atletas, [é hora de] pensar em outros formatos. Para os patrocinadores, [é hora de] dar o apoio já que agora os profissionais não podem competir.

No meu contexto, [não trabalhar com atletas profissionais], acho que agora é momento de pensar no nosso espaço, nossa academia, o quanto a gente pode se ajudar. As diferentes bandeiras podem se unir para colocar o Jiu-Jitsu em primeiro lugar.

Presença digital

A presença digital tem sido fenomenal. Nunca usei tanto as redes sociais como agora. Tenho feito bastante lives, conversado com grandes nomes das Artes Marciais. Está sendo um aprendizado enorme. Através da minha marca de kimono, a Black Ball, também vou começar a fazer lives de conteúdo. Isso tem ajudado muito. As pessoas que quiserem aprender nessa área, fantástico. Eu mesmo estou fazendo uma pós-graduação à distância. E acho que a gente acelerou uns 20 anos nesse aspecto.

Dica Giovanna

Dica – Prof de Ballet e Jazz indica filmes e musicais para assistir durante a quarentena

A professora de ballet e jazz, Giovanna de Jesus, do Arte e Cultura Barueri, trouxe algumas dicas de filmes e musicais para os praticantes de dança que querem se intreter durante essa quarentena.

Confira as dicas:

A Bailarina

Uma menina órfã foge para Paris para realizar seu sonho de ser uma grande bailarina. Lá, ela decide se passar por outra pessoa, e consegue uma vaga no Grand Opera.

Youtube:

 

Netflix

 

 

Barbie e As Sapatilhas Mágicas

Em um mundo mágico do balé dominado pela diabólica Rainha das Neves, Kristyn e Hailey, duas bailarinas, tem que dançar seus balés favoritos para derrotar a rainha e realizar seus sonhos.

 

Barbie – Lago dos Cisnes

Após seguir um unicórnio até a Floresta Encanatada, Odette, é amaldiçoada por um perverso feiticeiro. Com a intenção de derrotar a Rainha das Fadas, o vilão transforma Odette em cisne e a obriga a salvar os habitantes do local.

 

Barbie – As 12 Princesas Bailarinas

Impedidas de dançar pela Duquesa Rowena, as princesas bailarinas descobrem um mundo mágico onde dançam sem serem incomodadas. Porém, alguns acontecimentos as levam a tentar salvar a vida do pai.

 

Dance Academy: The Comeback

Nesta adaptação da série de TV, Tara se recupera de uma lesão e tenta uma carreira nos EUA, onde enfrenta questões amorosas e profissionais.

Netflix

 

O Quebra Nozes

Após perder a única chave mágica capaz de abrir um presente de valor dado por seu padrinho, Clara decide então iniciar uma jornada de resgate que a leva pelo Reino dos Doces, o Reino das Neves, o Reino das Flores e o sinistro Quarto Reino.

Amazon Vídeo

 

A Bela e a Fera

Musical inspirado na história da Bela e a Fera, que traz Bela, moradora de uma pequena aldeia francesa, que tem o pai capturado pela Fera. Para salvar a vida dele, ela decide entregar sua vida em troca de sua liberdade. Enquanto está no castelo, Bela descobre que a Fera é na verdade um príncipe que precisa de amor para voltar à forma humana.

 

O Fantasma da Ópera

O Fantasma, em seu esconderijo em baixo de uma casa de ópera em Paris, no Século 19, planeja uma forma de se aproximar da vocalista Christine Daae. Depois dela se apaixonar pelo benfeitor das artes, Raoul, o Fantasma cria um plano para manter Christine ao seu lado.

 

Mamma Mia! 

Proprietária de um hotel nas ilhas gregas, Donna está preparando o casamento de sua filha com a ajuda de duas amigas. Enquanto isso, a noiva Sophie, na esperança de conhecer seu verdadeiro pai convida três ex-namorados de sua mãe.

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PCD e a pandemia: PEAMA usa arte para continuar incentivando alunos do programa

Esse é um momento em que todos procuram entender qual o próximo passo, qual o tamanho da adaptação necessária, como inovar e continuar impactando positivamente o mundo e os outros. E é justamente por isso que a história de sucesso do Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas (PEAMA) ganha uma força tão renovadora.

O programa nasceu em 1996 como uma iniciativa da Unidade de Gestão de Esportes da cidade de Jundiaí, com o objetivo de promover inclusão da pessoa com deficiência através do esporte. Hoje são 390 pessoas atendidas e são oferecidas modalidades como: natação, atletismo, bocha, tênis de campo, dança, capoeira, corrida de rua, ciclismo, caminhada, atividades náuticas, escola da bola, futsal, goalball e ginástica rítmica.

Com a paralisação causada pelo isolamento social e a falta do contato presencial, a ideia de uma mãe fez toda a diferença: por que não usar a arte para continuar impactando os alunos através da releitura de obras de arte e até de esporte? 

A ideia ganhou as redes sociais através do grupo Tussen Kunst & Quarentine, grupo holandês que começou a propor uma releitura das obras por pessoas comuns. Já no PEAMA, os alunos e suas famílias não exitaram em deixar a criatividade rolar solta e participar da iniciativa que se transformou no projeto “Arte no PEAMA”. E essa fama já chegou longe: uma das releituras foi selecionada pelo Canal Arte1 como uma das melhores e até a chamar atenção de outras cidades.

Já faz um tempo que a arte e o esporte se cruzam no PEAMA. Para César Munir, diretor do departamento de esporte adaptado da prefeitura de Jundiaí, a relação entre arte e esporte está em incentivar e demonstrar potencialidades: “a gente tem, realmente, essa relação com a arte, porque, a arte, assim como o esporte, é uma forma de demonstrar as possibilidades da pessoa. E isso independe de ter uma deficiência ou não.”, observa César. “[A arte e o esporte] mostram primeiro para a pessoa com deficiência, depois para a família, depois para a sociedade as reais possibilidades que eles têm, e acho que esse também é o impacto social [da iniciativa]”, completa.

Apesar da repercussão do projeto e os benefícios para a criatividade, na área do esporte os desafios ainda são grandes. Trabalhar com a prática esportiva para pessoas com deficiência depende muito da correção presencial e demonstração dos movimentos, e por isso, a adaptação para a realidade pós-pandemia ainda vai levar um tempo para acontecer. No momento, o trabalho com os alunos têm sido direcionado a passar exercícios para que eles continuem ativos em casa, além do acompanhamento e apoio às famílias e alunos.

Mas foi no final da conversa que César nos surpreendeu com uma observação que faz toda a diferença para nossa percepção do impacto da pandemia na vida de pessoas com necessidades especiais, e por isso mesmo, a gente decidiu colocar esse trecho na íntegra. Acompanhe abaixo:

“A gente tem percebido que a pessoa com deficiência, naturalmente, tem uma capacidade de suportar esse contratempo, essa dificuldade, mais do que nós, porque é uma pessoa mais acostumada a ter obstáculos colocados à sua frente durante toda a vida. A pandemia trouxe só mais alguns. Na vida, a pessoa com deficiência está acostumada a ouvir muitos “não”. Uma família com criança com deficiência tem muito essa experiência. Elas estão muito acostumadas a lidar com essa situação de não poder fazer algo. E nesse momento, eu percebi o quanto essas pessoas estão mais preparadas pra lidar com isso.”

 

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#Quarentena – A rotina da bailarina durante o isolamento

Por Marina Bueno

Meu nome Marina Bueno, tenho 15 anos e sou bailarina.

Primeiramente, é evidente que a pandemia do novo Coronavirus trouxe consigo inúmeras consequências que afetaram e modificaram a vida e o dia a dia de muitas pessoas. Eu, como bailarina e com uma rotina muito corrida, senti bem o impacto dessas mudanças.

Logo no início do isolamento social, minha rotina mudou totalmente. Fui do costume de ir a aula de segunda a sexta para [o total oposto de] não ir a nenhuma aula. 

Aos poucos, tudo foi se ajeitando. Minha escola proporcionou aulas via live no Instagram, conteúdos gravados no YouTube e aulas monitoradas via zoom. Pouco tempo depois já estava tendo aulas todos os dias da semana, como de costume.

Mas, com certeza, esse não foi o único desafio a ser superado. O ambiente e o espaço de casa não é tão propício e nem semelhante ao que temos na sala da escola de dança. Foi necessário adaptar tudo, mudar os móveis de lugar, abrir espaço, pedir para a família deixar o cômodo livre no horário de aula, improvisar uma barra, e muito mais. Mas no final é possível fazer as aulas, mesmo nessas circunstâncias, aproveitá-las ao máximo e manter a disciplina.

Entretanto, toda essa situação também afeta o psicológico. Deixar de ir à escola de dança, não ver mais meus amigos e professores pessoalmente, coisas que incentivam e, com certeza, fazem parte da dança, mexem com a motivação e a vontade de praticar em casa. Mas, com o passar do tempo, estamos nos mantendo cada vez mais conectados, mantendo a saudade como possível, e motivando uns aos outros.

Além disso, acredito que a área mais afetada tenha sido os ensaios do corpo de baile e festivais que costumo participar. Em relação aos ensaios, estou tentando passar as coreografias durante a semana para não esquecê-las e lembrar das correções feitas presencialmente, já que não tem sido possível realizar os ensaios on-line. Em relação aos eventos, muitos foram adiados ou cancelados, enquanto outros estão promovendo competições e mostrar pela internet. Mas, apesar disso, as competições presenciais, as viagens de ônibus, os figurinos, os palcos, os aplausos e o frio na barriga antes das apresentações estão fazendo muita falta.

Mal posso esperar até que tudo volte ao normal.